Fidelização e planejamento da aula de natação
O que fazer para melhorar a fidelização do aluno na aula de natação?
Esse é um assunto que quase não se discute na literatura, mas que a gente encontra o tempo inteiro nos clubes de natação. Um dos motivos que me levou a ter a minha própria escola de natação e a equipe de treinamento foi o de solucionar esse problema.
Eu ficava frustrado de fazer a minha programação das aulas (eu sempre gostei de fazer esse planejamento e acho isso determinante para a aprendizagem, condicionamento e manutenção do aluno) e tinha aluno que entrava agora, outra semana que vem e outro depois de um mês – bem no meio do processo.
Isso não fazia sentido.
Quando eu comecei com a equipe competitiva, os atletas eram jovens, e mesmo eles também não percebiam essa importância de irem ao treino com a frequência desejada.
Mas eu entendo que essa é uma responsabilidade do professor!
No meu entender o professor deve mostrar aos nadadores/atletas que o treino tem um objetivo. Se o aluno faltar ele tem algum tipo de prejuízo, e por isso, ele não deveria faltar.
Ele tem que entender que existe uma programação de curto, médio e longo prazo.
A gente só se dedica àquilo que a gente considera importante. Então, precisamos criar uma meta – precisamos de objetivos. Mas o objetivo não deve ser só do professor.
Uma meta pode ser conseguir, de depois de 10 meses, nadar 1000 m sem parar; ou nadar 400 m de forma intensa; ou mesmo fazer uma travessia de 5 km.
Depois de estabelecido esse objetivo, eu apresento para o meu aluno o caminho que a gente tem que percorrer. A intenção é motivá-lo e, mais uma vez, fazer com que ele se sinta corresponsável pelo processo de treinamento.
Eu reconheço que é comum que os alunos entrem na aula de natação em momentos diferentes. Mas eu também entendo que não deveria ser assim. Uma sugestão seria oferecer um programa que atenda a essas pessoas para que depois elas ingressem na turma principal.
Depois que essa filosofia for utilizada, quem sabe as pessoas que estão no clube (e isso aconteceu comigo) não passem a valorizar ainda mais a aula.
Quando eu recebia um aluno nessa condição eu conversava com ele: você pode começar agora, mas entenda que a gente começou lá atrás.
O aluno, surpreso, perguntava, o que você quer dizer com isso? E eu explicava para ele.
Ou então eu recebia um pai, dizendo o que amigo do filho dele treinava no clube e queria que o filho treinasse também. Mas nós já tínhamos 1-2 meses de treinamento.
E geralmente o aluno não tinha técnica ou condicionamento adequado para entrar na turma de treinamento.
Eu conversava com ele para que a criança ficasse em uma turma que fosse mais adequada para ele e, aos poucos, passasse a integrar a equipe.
É lógico que nem todos entendiam isso! Mas aqueles que entendiam, compravam de tal forma a ideia que respondiam assim: por que ninguém nunca me falou isso?
Por que ninguém nunca me falou que a aula de natação tem início, meio e fim? Eu sempre cheguei nos lugares para fazer aulas de natação e… só nadava.
Esse desconhecimento me preocupa. Afinal de contas essa é uma responsabilidade do professor.
Nós precisamos valorizar as nossas aulas. Precisamos valorizar o que fazemos. Não esperem que as pessoas façam isso naturalmente.
Vamos mudar essa realidade?
Tag:Aprendizagem, planejamento