ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO: algumas discussões que podem influenciar a sua prática (parte 2)
- Postado por Guilherme Tucher
- Categorias Notícias, TOP - Natação
- Data 3 de janeiro de 2023
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Essa é a Parte 2 (de 4) do texto sobre adaptação ao meio aquático: algumas discussões que podem influenciar a sua prática.
Se você quiser ler a Parte 1 use o link abaixo.
Vamos lá!
A partir das discussões realizadas na Parte 1 desse texto, se entende que o ensino da AMA deve ser amplo e diversificado. Deve ser pensado nas diversas possibilidades de movimentos e experiências que os alunos possam realizar no ambiente aquático (os mais variados possíveis) e não focado, e limitado, ao pré-ensino dos movimentos dos nados.
Por isso, a partir desse momento, serão apresentadas algumas propostas, metodologias, níveis, conteúdos e objetivos para o ensino da AMA que estão disponíveis na literatura.
Proposta mais tradicional de ensino da AMA:
Diversos autores ainda defendem para a AMA o ensino dos conteúdos (i) respiração, (ii) equilíbrio e (iii) propulsão (NAVEGA, 2011). Estes três conteúdos serão alcançados por meio de atividades de imersão, respiração (apneia, inspiração pela boca e expiração debaixo da água), flutuação, sustentação, deslize e giro (sendo que algumas das situações são estáticas e outras dinâmicas) e por meio do deslocamento na água com ausência de apoios fixos (alguns autores já consideram aqui pernada e braçada de crawl e costas).
Outros estudos ainda adicionam o conteúdo Salto (SANTOS e GONÇALVES PEREIRA, 2008), também com a intenção de desenvolver noções de segurança e da capacidade de imergir completamente (MORGADO et al., 2016; NAVEGA, 2011) .
Ainda há os que defendem o ensino da entrada na água, imersão, flutuação, equilíbrio horizontal, respiração e propulsão – principalmente focados na prevenção de afogamento (MORGADO et al., 2016).
De qualquer maneira, dentro desse processo ainda devemos pensar na adaptação psicológica que o aprendiz deve adquirir, que tem como objetivo familiarizar o aluno ao meio líquido – ocorrendo por meio de atividades como: entrar na água com o professor e os pais, andar na piscina em várias direções para conhecer os materiais utilizados (NAVEGA, 2011).
Independentemente dos conteúdos propostos para a AMA, ainda se percebe que algumas propostas estão grandemente vinculadas a preocupação de realização dos nados formais, pensando as atividades de propulsão, por exemplo, como a necessidade de realização dos nados crawl e costas (SANTOS e GONÇALVES PEREIRA, 2008).
De qualquer maneira, apesar da proposição destes conteúdos – aos quais estou de pleno acordo, creio que o que falta seja determinar uma ordem pedagógica de ensino e quais serão exatamente os objetivos que devem ser alcançados ao longo dos níveis de aprendizagem da AMA.
Ou seja, em que ordem esses conteúdos devem ser ensinados e o que exatamente a criança deve saber fazer sobre cada um deles. Essa discussão e a resposta a ela já fiz aqui no site algumas vezes.
Na Parte 3 desse texto eu apresentarei uma proposta de ensino da AMA que considera os outros esportes aquáticos.
É docente no curso de graduação e no programa e pós-graduação em educação física da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na EEFD ainda é coordenador do Grupo de Pesquisa em Ciências dos Esportes Aquáticos (GPCEA).
Doutor em Ciências do Desporto (2015), Mestre em Ciência da Motricidade Humana (2008), Especialista em Esporte de Alto Rendimento (2014), em Natação e Atividades Aquáticas (2004) e em Treinamento Desportivo (2005), e Graduado em Educação Física (2003).
Docente no ensino superior desde 2005, atuou ainda como professor de natação trabalhando com diferentes níveis de aprendizagem e aperfeiçoamento, bem como treinador de natação competitiva participando de campeonatos estaduais (RJ) e nacionais.