Planejamento das aulas de natação
Quando eu comecei a trabalhar com natação, minha primeira experiência foi com turmas de aprendizagem de crianças e adultos. Com turmas exclusivamente de aprendizagem, fica mais fácil de conduzir a aula. Por mais diferentes que eles sejam, as necessidades de aprendizagem são muito semelhantes.
Mas quando eu trabalhei com turmas de condicionamento físico de adultos, a diferença na capacidade deles ficou evidente e junto com isso a necessidade de atendê-los de forma mais adequada.
Eu trabalhava com um professor e ele preferia passar a mesma atividade para todos os alunos (adultos ou jovens que já tinham uma técnica razoável e conseguiam nadar maior volume). Aí, sabe o que que acontecia?
Alguns alunos terminavam a atividade proposta antes e outros ficavam muito para trás. Dessa forma, ele ficava maluco do lado de fora da piscina porque não sabia onde cada um estava, o que cada um já tinha feito.
O aluno que terminava antes se sentia desmotivado porque ficava muito tempo parado na borda. Aquele que terminava por último, também, já que estava sempre desesperado porque não queria atrasar o colega – que já estava ali na borda esperando por ele.
Por isso que eu comecei a criar os subgrupos dentro da mesma turma. Isso vai exigir um pouco mais do professor porque em casa ele vai ter que fazer um treino ou um plano de aula diferentes.
Mas na beira da piscina tudo fica mais fácil. Eu levava uma pasta (com plásticos) e colocava a aula/treino ali.
As vezes a diferença entre os subgrupos era só no volume da atividade (o quanto eles nadavam). Mas poderia ser em qualquer outro critério. O interessante é que, com o tempo, mesmo tendo subgrupos, você consegue conduzir a aula como para apenas um grupo.
Eu tentava ser o mais específico (atender as necessidades dos alunos) dentro da complexidade daquela tarefa.
Quando eu comecei a trabalhar com o treinamento, que eram nadadores jovens, no início eu fazia um treino global. O que diferenciava cada um deles era a velocidade que eles nadavam.
As vezes o descanso também. Eles faziam um teste simples de capacidade aeróbica para descobrir essa velocidade de nado. Então, cada nadador recebia um documento impresso (e eu também tinha o meu) com a sua velocidade de nado.
Mas chegou num momento que um dos atletas se destacou mais e eu passei a dar treino só pra ele. Aí, realmente, era muito mais fácil. O treino era todo pensado nele.
Quando eu dava treino para 10-12 pessoas eu tinha que pensar nos erros que eram comuns.
Mas por outro lado, quando o nadador é iniciante – mesmo que ele esteja na equipe de treinamento, “qualquer coisa serve”. Se for bem feito, “qualquer coisa serve”. Mas como assim!
Quando o indivíduo não é muito treinado, por mais que o treino seja “grosseiro” ou generalista, o mínimo de organização vai fazer com que o desempenho dele melhore muito!
Lá na frente, quando ele se tornar mais treinado, mais especialista que você vai ter que começar a ter mais atenção.
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