Não sei e também não sei

Imagine a seguinte situação: um nadador amador que treina sozinho tem uma competição dentro de 30 dias. O seu volume de treino diário é algo por volta dos 2000 m.

Ele te encontra na rua e faz a seguinte pergunta: o certo é permanecer nadando os 2000 m ou é melhor diminuir esse volume de treino e aumentar a intensidade?

Pessoal, na verdade nós temos vários problemas nessa questão. Problemas que antecedem, inclusive, a própria pergunta.

Vamos a alguns deles:

  1. Como é que eu vou saber o quanto ele precisa e como vai nadar se eu não sei
    1. a experiência dele na modalidade;
    1. o quanto ele consegue nadar;
    1. a sua qualidade técnica;
    1. a prova que ele vai competir (distância, características e condições);
    1. se ele já competiu;
    1. se ele tem algum tipo de lesão, dor ou desconforto;
    1. como ele nada esses 2000 m no treino (ele pode completar essa distância em 20 min ou em 2 horas; ele faz 20 x 100 m ou 2000 m sem parar?)
    1. não sei…
    1. não sei…
    1. não sei…

É tanto “não sei” que a resposta sai naturalmente: n ã o  s e i.

E depois disso você ainda precisa escutar coisas do tipo: “me disseram que você era professor de natação. É por isso que prefiro nadar sozinho!”

Mas sinceramente, eu não sei.

Prescrever treino não é tarefa de adivinhação, mas de planejamento. E para um bom planejamento você precisa de informação.

Como diz o meu filho, algo de errado não está certo.

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