Natação e Prevenção de Afogamentos

[Guilherme Tucher]

Prezados, leiam essa notícia, vejam o vídeo e depois o meu questionamento.

Menina é resgatada flutuando em boia de unicórnio na Grécia
Pais e outras pessoas na praia fizeram um grande esforço para tentar evitar que a menina se afastasse da orla, utilizando até mesmo um barco.

Uma garotinha de apenas 3 anos foi resgatada enquanto flutuava em uma boia em formato de unicórnio por uma balsa na Grécia. Após perceber que sua filha tinha sido levada pelas correntes, os pais avisaram a guarda costeira. Ela foi avistada pela balsa e retirada do mar em estado de choque.

Segundo o capitão da balsa, Grigoris Karnesis, não havia ondas particularmente fortes no mar, porém as correntes estavam muito fortes, que rapidamente arrastaram a menina para o fundo. Ele também mencionou que a pequena estava sem falar agarrada na boia, paralisada.

A criança estava brincando na água com o pai na praia quando o inflável se afastou com o vento e a correnteza. As pessoas ao redor tentaram resgatá-la, mas não conseguiram alcançá-la e pediram ajuda ao porto local para encontrá-la.

Autoridades marítimas ligaram para as embarcações próximas e foram atendidas pela balsa Salaminomachos, que faz a rota entre Antirrio e Rio. A balsa encostou lentamente ao lado do inflável e baixou a rampa de proa, a tripulação puxou a criança e o brinquedo para bordo sem machucar.

Um vídeo do incidente rapidamente ganhou o mundo, e os pais foram criticados nas redes sociais por causa do incidente. No entanto, o jornal regional Peloponeso relata que os pais fizeram grandes esforços para tentar resgatá-la, chegando a utilizar um barco.
fonte: https://noticias.r7.com/internacional/menina-e-resgatada-flutuando-em-boia-de-unicornio-na-grecia-27082020

Veja o vídeo do resgate clicando aqui

A discussão que quero levantar é a seguinte: como as nossas aulas de natação podem contribuir para que situações como essa não ocorram?

[Elivaldo de Moraes Junior]

Penso que devemos alertar nossos alunos sobre os diferentes meios aquáticos existentes, que não é porque você sabe nadar na piscina que você vai se sair bem nadando em mar aberto. Conhecer bem onde está adentrando(ter tipo uma adaptação ao meio aquático) se isso tivesse ocorrido e os pais da criança logo no início tivessem se policiado que a correnteza estava muito forte, que não era ideal “brincar” com a filha deles naquele momento tal situação poderia não teria acontecido.

[Guilherme Tucher]

Elivaldo, é isso mesmo.

Cada ambiente exigirá de nós um conjunto de habilidades diferentes. E alguns desses ambientes são mutáveis (como as praias e rios).

Minha habilidade em um ambiente não garante, necessariamente, autonomia em outro.

[Edie Pontes de Andrade Lisboa]

Verifica-se neste vídeo a importância dos equipamentos de segurança e até mesmo dos implementos durante a prática de atividades no meio aquático. Observa-se, também, a necessidade de constante vigilância por parte dos professores e monitores durante a execução da aula (no caso do vídeo, a vigilância e cuidado dos pais).
Entendo que torna-se de suma importância o planejamento da quantidade de profissionais de acordo com o número de alunos participantes.

[Guilherme Tucher]

Isso mesmo, Edie. Todo cuidado é pouco!

[Edimilson Lyra de Souza]

Analisando o ocorrido, imagino que os pais e a criança não tinham uma boa preparação para o meio aquático, principalmente no mar, com tantas instabilidades.
Acho que a disciplina pode contribuir na medida em que nos oferece ferramentas para uma boa orientação de AMA aos nossos futuros alunos, além de contribuir para o estabelecimento de uma cultura de AMA na sociedade.

[Guilherme Tucher]

Verdade, Edimilson.
Perceba como, às vezes, uma boa orientação (uma esfera mais conceitual do que atitudinal) pode ser mais importante do que o “saber nadar”.

[Guilherme leal da Silva]

Acho que é de grande importância que principalmente pais com crianças pequenas que frequentam praias entendem que existe uma enorme diferença entre brincar numa piscina, onde caso ocorra algo, você tendo alguma noção de nado consegue agir prontamente, do que ocorre no mar aberto, em que mesmo que você queira agir existem diversos fatores que podem limitar completamente suas ações, como correntezas , ondas … Até para quem sabe nadar extremamente bem e muito importante respeitar os mares.

[Guilherme Tucher]

É verdade, Guilherme. E isso só acontecerá se o professor, clube ou academia tiverem essa iniciativa.

[rodrigo leal]

Diante do exposto, visualizo a grande importância primeiramente da segurança independente onde estejamos, toda as praticas sejam de esporte, lazer ou profissional devem ser precedidas deste importante aspecto.
Depois o aprendizado de procedimentos técnicos, neste caso em meio aquático, que proporcionem a possibilidade de prover o salvamento e os primeiros socorros a alguma vitima. Vejo no professor de natação alguém apto para transmitir essas técnicas e alertar a cerca dos riscos em diferentes ambientes aquáticos.

[Sandro Gomes]

É fundamental que orientemos pais e alunos sobre as diferentes condições que iremos encontrar em vários tipos de ambientes aquáticos.
Infelizmente nem sempre conseguiremos disponibilizar uma aula prática, mas o mínimo que devemos dispor é de muita informação para que os danos sejam minimizados.

[Guilherme Tucher]

Rodrigo, mas perceba o seguinte: a simples orientação em relação a prevenção valeria mais do que qualquer técnica de salvamento. E o professor de natação pode fazer isso.

[Guilherme Tucher]

Sandro, podemos ensinar esses conteúdos em nossas aulas tanto na parte procedimental quanto conceitual.

O problema é que ainda vemos a natação somente como Crawl, Costas, Peito e Borboleta.

[MatheusSoares]

Talvez a falta de atenção dos pais seja o principal fator para que isso tenha ocorrido, isso mostra como é importante ter uma comunicação que envolva os pais dos alunos também durante as aulas. Logo, acredito que casos como esse do vídeo possam ser diminuídos se conseguirmos fazer com que os pais subestimam menos os meios aquáticos não tão presentes no dia a dia do seu filho. Outro fator que considero importante é o psicológico. De que forma esse fato pode prejudicar a adaptação ao meio aquático dela? Como o processo de ensino pode ser alterado para que consiga atingi-la positivamente e fazendo com que consiga perder esse trauma? Talvez renda uma boa discussão em outro Fórum.

[Guilherme Tucher]

Excelente questão, Matheus.
Como será o processo de readaptação ao meio aquático da criança depois desse ocorrido?

[rodrigo leal]

Exatamente professor, as orientações preventivas são essenciais.

[Guilherme Tucher]

Sim, Rodrigo. E essa é uma de nossas responsabilidades.

[Guilherme leal da Silva]

Essa questão vai depender mais de como abalou o psicológico dessa criança, mas acredito que depois disso talvez até os próprios pais agora tenham um receio de voltar a deixar essa criança sozinha numa praia.

[Guilherme Tucher]

Também acho, Guilherme.

[Guilherme Croner]

Acredito que além de um acompanhamento psicológico adequado, uma adaptação gradativa e paciente vai ser necessária para que ela consiga ter alguma autonomia no meio aquático. Possivelmente, será necessário criar um ambiente lúdico e confortável para que a criança possa voltar a enxergar o meio aquático como um ambiente confiável novamente.

[Guilherme Tucher]

É verdade, Guilherme. Precisa ser apresentada uma outra realidade para ela – uma mais confortável e segura.

[Caio Oliveira da Silva]

Como foi discutido anteriormente é fundamental falarmos em nossas aulas sobre fenômenos da natureza orientando se possível em um dia específico que os pais dos alunos estejam presentes para tomarem conhecimento junto aos seus filhos de tudo que é necessário para se safar em momentos de perigo no mar, cachoeiras, rios etc. E salientar que nem todo lugar é uma piscina com água calma e tranquila. É primordial respeitar a natureza e crianças sempre estarem acompanhadas nesses locais aquáticos naturais de um responsável.

[Guilherme Tucher]

Isso mesmo, Caio. Fico feliz com a sua participação.

[Autor]

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