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Na aprendizagem do nado medley o aluno deve saber combinar os 4 nados formais competitivos fazendo diferentes tipos de viradas e saídas, o que necessita de um bom nível de técnica e conhecimento. Então, para alunos que já possuem um conhecimento básico dos 4 nados formais, é de muita valia dar oportunidade aos alunos de ter essa experiência no ensino do nado medley, mesmo não sendo nadadores competitivos, na própria aula podemos utilizar esse conteúdo como método de ensino e será de muito crescimento para os alunos.
Um bom educativo que tem muita semelhança com o nado peito e um pouco menos com o nado de crawl e costas, seria um educativo para a virada em alunos com pouco tempo de experiência, onde se pede ao aluno para ir andando com as mãos na frente, toca na borda rapidamente e faz a virada dando impulso com as pernas e faz de 3 a 4 vezes a ondulação com as mãos na frente do corpo. Repetir esse exercício 10 vezes.
Os nados Crawl e Costas têm uma fase propulsiva debaixo da água. A pernada dos dois nados é muito similar, é praticamente a mesma pernada, porém em um nado o aluno está em decúbito ventral e no outro em decúbito dorsal. No caso do nado Costas a pernada é ainda mais importante pois ela tem uma função maior na parte do equilíbrio. Um exercício educativo para pernada seria o aluno nadar com os braços parados estendidos ao lado do corpo, e fazendo apenas o movimento da pernada do nado de costas, e pedir para o aluno as vezes virar o corpo para os lados enquanto faz a pernada para que ele se situe com o movimento, pois o nado de costas completo possui uma fase da braçada que o tronco tem que fazer uma rotação, e com isso as pernas fazem o movimento de propulsão de lado também.
Existe uma grande discussão sobre qual nado deve ser ensinado primeiramente, normalmente a ordem de ensino dos nados é: crawl, costas, peito e borboleta. Para o aluno que teve uma boa adaptação ao meio aquático e obteve uma boa percepção das diferentes posições corporais dentro da água, dos movimentos de braçada e pernada, de coordenação e respiração, a ordem de ensino dos nados não tem muita importância. Porém, para o aluno que não teve uma AMA tão boa, o nado de costas e principalmente o nado de crawl, acabam sendo de mais fácil compreensão para o aluno pois eles possuem movimentos similares ao movimento de andar com movimentos alternados e contínuos.
O índice de afogamentos no Brasil e no mundo é muito grande, precisamos repensar as aulas de natação, aprender os nados formais é importante, mas não podemos limitar as aulas a somente aprender os nados. Conteúdos de prevenção de afogamentos podem ser inseridos nas aulas de natação.
Os afogamentos acontecem devido a diversos fatores, entre eles: o ambiente em que o aluno aprende a nadar muitas vezes é diferente daquele em que acontece o acidente, ou porque o aluno superestima sua própria capacidade, ou possíveis câimbras, ou alimentação excessiva antes da prática aquática, consumo de drogas e bebidas etc. por isso o ensino de conteúdos conceituais seria muito útil para os alunos. Mais de 90% das mortes acontecem por ignorar os riscos, não respeitar limites pessoais e não saber como agir. Entender o que não deve ser feito é tão importante quanto saber o que fazer. A prevenção de afogamentos é a melhor maneira das pessoas não se afogarem.
É necessário ensinar também os conteúdos procedimentais, o ‘’saber fazer’’, passar ao aluno atividades das mais simples as mais complexas que estejam relacionadas as experiências motoras dentro da água relacionadas a prevenção de afogamentos. Adaptação ao meio aquático, competência motora aquática. Ensinar os alunos a saber usar materiais para o salvamento como toalha, corda, macarrão etc. Ensinar as técnicas de salvamento por exemplo a técnica de reboque mais usada é a de peito cruzado facilitando uma posição mais elevada da cabeça do acidentado. O professor precisa ter amplo domínio desses conteúdos para fornecer uma aula completa aos alunos e evitar o risco de afogamentos entre a população.Concordo com essa opinião, infelizmente hoje em dia pais e até alguns professores acham que o saber nadar se resume a saber os 4 nados, por isso esses pais e professores acham necessário que a adaptação ao meio aquático seja feita de forma breve deixando de lado uma série de benefícios no desenvolvimento, e para as crianças a participação/opinião dos pais é muito importante.
Porém, o ambiente aquático é um ambiente totalmente diferente do ambiente terrestre, as vezes as crianças que estão no processo de iniciação ao meio aquático podem ter tido experiências negativas no passado e não têm familiaridade com o ambiente. Por isso, devem ser ensinadas e aprendidas habilidades e competências gerais e especificas por meio de conteúdos selecionados pelos professores em uma aprendizagem formal e informal. O ideal seria que a adaptação ao meio aquático fosse um processo de médio ou longo prazo, posteriormente tivesse um breve período de transição, e finalmente o início do ensino dos nados formais.Pois se os professores de natação tiverem domínio dos conceitos hidrodinâmicos e hidrostáticos, eles vão conseguir aplicar esses conceitos no processo de ensino da natação e poder propor exercícios que estimulem esses conceitos e saber sobre os comportamentos
que os alunos vivenciam dentro da agua. Oferecendo uma aula com mais segurança e qualidade. Entendendo melhor o ambiente para entender melhor o comportamento corporal e assim ensinar de uma maneira melhor tanto para um aluno inicial quanto para um aluno avançado que precisa melhor sua técnica de nado para evitar a resistência hidrodinâmica de forma, por exemplo.Isso, na época a ideia do ”saber nadar” não era o que é hoje em dia. Na época era como se uma pessoa já conseguia ficar na água e não se afogar então ela já sabia nadar, resumindo bruscamente. Mas penso que a ideia de ir para água e começar a aprender no meio aquático (hoje em dia com o auxílio do professor capacitado) ainda permanece.
Uma das características da Concepção Global era que o aluno aprendia basicamente pelas suas próprias experiências, tentando e errando até obter êxito, e um ponto positivo seria que o aluno estava sempre ativo na água. A aprendizagem pode acontecer em diversos ambientes. E hoje em dia, ainda assim, séculos e séculos depois, isso continua tendo uma ótima aplicabilidade, pois o lugar onde os alunos mais aprendem é ao serem inseridos no meio aquático.