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AMA em piscina rasa e funda

Aquisição de habilidades aquáticas em piscina rasa e funda

Introdução

Esse é um pequeno resumo do estudo The acquisition of aquatic skills in preschool children: deep versus shallow water swimming lessons, publicado em 2018.

Será que existe diferença na aquisição de habilidades aquáticas por crianças quando as aulas acontecem em piscina rasa ou funda? Vamos ver.

A aquisição de habilidades aquáticas em crianças pré-escolares é um processo dinâmico e progressivo. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de programas de natação realizados em piscina rasa e em piscina profunda no desenvolvimento de habilidades básicas. Estudos anteriores sugerem que a profundidade da água pode impactar o aprendizado de habilidades como controle respiratório e flutuação, especialmente em crianças em fase inicial de adaptação ao meio aquático.

Metodologia

O estudo incluiu 21 crianças com idades médias de 4,7 anos, divididas em dois grupos: um aprendendo em piscina rasa (0,70 m de profundidade) e outro em piscina profunda (1,30 m).

Ambos os grupos seguiram o mesmo programa de natação durante seis meses, com duas sessões semanais, totalizando 48 sessões.

As habilidades aquáticas das crianças foram avaliadas no início (T0) e ao final do estudo (T1) usando uma lista de verificação com 17 habilidades motoras aquáticas, como imersão do rosto, controle respiratório, deslize ventral e dorsal, e chutes de perna.

Resultados e Discussão

Vamos aos principais resultados.

Os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram avanços significativos em suas habilidades aquáticas após seis meses de prática. No entanto, o grupo que que fez suas aulas na piscina rasa demonstrou maior progresso em cinco habilidades fundamentais: controle respiratório com imersão do rosto, flutuação horizontal, deslize ventral, deslize dorsal e batida de perna sem dispositivo de flutuação.

Esses achados indicam que a prática em água rasa oferece um ambiente mais seguro e propício para a aprendizagem inicial, proporcionando às crianças mais confiança para explorar e desenvolver suas habilidades no ambiente aquático.

Em contraste, o grupo que praticou em água profunda teve mais dificuldades iniciais devido à necessidade de dispositivos de flutuação e à menor autonomia no ambiente de maior profundidade.

Conclusão

O estudo sugere que programas de natação realizados em piscina rasa são mais eficazes para o desenvolvimento de habilidades básicas em crianças pré-escolares, especialmente nas fases iniciais de adaptação ao ambiente aquático.

Embora importante em fases avançadas, aulas em piscina funda pode limitar o progresso inicial devido à necessidade de flutuadores e à maior insegurança das crianças.

Portanto, programas de natação devem ser cuidadosamente planejados, levando em consideração a profundidade da piscina, para otimizar o aprendizado.

E aí, me conta o que você achou desse estudo e como isso pode influenciar no seu dia a dia.

É docente no curso de graduação e no programa e pós-graduação em educação física da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na EEFD ainda é coordenador do Grupo de Pesquisa em Ciências dos Esportes Aquáticos (GPCEA).
Doutor em Ciências do Desporto (2015), Mestre em Ciência da Motricidade Humana (2008), Especialista em Esporte de Alto Rendimento (2014), em Natação e Atividades Aquáticas (2004) e em Treinamento Desportivo (2005), e Graduado em Educação Física (2003).
Docente no ensino superior desde 2005, atuou ainda como professor de natação trabalhando com diferentes níveis de aprendizagem e aperfeiçoamento, bem como treinador de natação competitiva participando de campeonatos estaduais (RJ) e nacionais.

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